EQM de Donna W
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Descrição da Experiência:

Nasci o que é chamado um bébé azul; por outras palavras, eu tinha um buraco no meu coração. Quando eu tinha cinco anos, quase seis, tive uma cirurgia de coração abetto no hospital infantil em St. Paul Minnesota. Lembro-me da experiência como se fosse ontem.

Deixei o meu corpo e mesmo com 5 anos de idade eu sabia que não estava mais no meu corpo. Olhei em volta, na sala de operações e vi os médicos, as enfermeiras e o equipamento. À medida que me elevava encontrei um ser de pura luz. Não haviam braços nem pernas, não havia roupa, era pura luz. Era uma luz muito, muito branca e brilhante, no entanto não me incomodava olhar para ela. O ser de luz envolveu-me mas eu não tinha um corpo. Eu não tinha forma. Era como se eu me fundisse nesta luz.

Podia ouvir vozes distantes, mas não conseguia compreender as palavras. Era como ouvir pessoas falarem num quarto cheio de pessoas, mas não tão alto como isso. Eu não tinha medo. Não estava de modo nenhum assustada como uma criança de cinco anos estaria conscientemente. Apenas tinha conhecimento consciente do que se estava a passar naquela altura. O ser ficou comigo até ser altura de voltar. Não me foi dada uma escolha de ficar ou voltar. O ser disse, “Agora é altura de voltares,” e afastou-se de mim. Enquanto eu estava envolvida na sua luz, senti-me tão amada e que amava tanto. Não tinha dor; não sentia pesar ou tristeza. Simplesmente amor e paz.

O que me lembro de seguida é acordar na sala de recobro com tubos ainda saindo de mim lateralmente devido à transfusão de sangue. Ainda assim, eu não tinha medo. A minha mãe estava a chorar e eu apenas segurei a mão dela. Senti-me bem, não tinha dor nem nada.

Quando eu tinha dezasseis anos de idade, os médicos disseram-me que provavelmente eu nunca seria capaz de ter filhos naturalmente. Tenho três e nunca tive qualquer problema com nenhum deles. Dois deles paracem ter herdado algum deste material psiquico. Ambos exibiram muitas das coisas que me aconteceram quando eu tinha cinco anos. Um tem agora doze anos e o outro treze. Não tenho a certeza acerca da terceira, pois até agora ela nunca disse nada acerca de coisas estranhas lhe acontecerem. Todos os meus filhos são meninas.

Após a cirurgia, eu sabia quando as pessoas iriam morrer. Meti-me em trabalhos uma vez quando disse que o meu tio-avô iria morrer em breve. Ele morreu duas semanas mais tarde. Perdi a minha melhor amiga quando tinha dezasseis anos de idade e duas semanas antes dela morrer, tive um sonho premonitório acerca disso. Tudo o que vi foi um caixão branco com rosas cor de rosa pintadas à volta das bordas. Quando a minha bisavó morreu (no dia de Natal), eu sabia exactamente o que iria ser dito mesmo antes da minha mãe atender o telefone. Nessa altura eu tinha onze anos. O meu avô morreu em janeiro de 2000, três dias antes dele morrer eu estava em pé na minha varanda e vi o ar mudar. Era inverno. Era como ver o vapor a elevar-se do pavimento nos dias de calor. Eu sabia que era algo mau mas não tinha a certeza do quê. Então a minha mãe telefonou-me e disse-me três dias mais tarde, que o meu avô tinha morrido.

Desenvolvi uma capacidade de escrever muito cedo. Metia-me em confusões com a minha professora do terceiro ano porque era suposto nós praticarmos a nossa escrita com letras perfeitas mas eu acabava sempre por escrever outras coisas e tinha de começar de novo. Não o podia evitar. Nem me apercebia que estava a fazê-lo até achar que já bastava de escrever direito. Normalmente acabava por ser uma espécie de história ou outra coisa. Não sei desenhar de todo, mas pinto imagens com palavras muito facilmente quando escrevo de forma criativa. Disseram-me que sou especialmente boa em poesia. Escrevo pequenas histórias mas normalmente nada que alguém esteja interessado em ler.

Sinto a presença de “espiritos” em salas. O ar torna-se muito pesado e é quase como se os pudesse ouvir falar, tentando dizer-me algo. Uma vez fiquei chateada com esta ideia e gritei para a coisa, “se estás aí então mostra-te a mim”. Nesse momento, o ar mudou em ondas como se algo estivesse a tentar chegar de outro lugar. Rapidamente desviei o olhar e parou.

Várias vezes quando é suposto estar a dormir, eu estou fora noutro lugar. Infelizmente, nas ocasiões em que isto acontece, eu acabo num lugar onde uma criança ou crianças estão a ser maltratadas. Normalmente mais tarde no tempo. Vejo coisas horriveis, sobre as quais nada posso fazer. Quando viajo, vejo ouço e cheiro tudo.

Uma vez experienciei a experiência mais horrivel da minha vida. Um homem alvejou a sua mulher e filhos. Acordei na minha cama paralisada de medo. Dois dias mais tarde, um homem a cerca de quarenta milhas de onde eu vivo alvejou e matou toda a sua familia e ele próprio. Normalmente quando tenho estas experiências, eu não sou eu mas no entanto sou eu. No caso do homem e da sua familia, experienciei tudo, como a mãe deveria ter experienciado. Sei que ele a alvejou primeiro. Podia ouvir os gritos, as súplicas e os choros das crianças.

Quando estou numa sala com muitas pessoas, sinto todas as alegrias, pesares e dores das pessoas na sala. É um sentimento hediondo no minimo. Tive mais duas EQMs na minha vida. Após ter feito a laqueação das trompas e após um discograma. Estas são as minhas experiências durante e após a minha EQM. Posso explicá-las? Não. Quero entender? Sim.

Fez uso de medicamentos ou substâncias com potencial para afetar a experiência Impreciso Foi durante a cirurgia.

Foi difícil expressar em palavras o tipo de experiência? Sim Eu tinha cinco anos de idade e tinha uma vida muito protegida. Não compreendia o que estava a acontecer.

Havia alguma ocorrência de risco de vida associada na época da experiência? Sim Estava a ter uma cirurgia de coração aberto.

Em qual momento, durante a experiência, você estava em seu maior nível de consciência e vigilância? Eu estava muito consciente do que se estava a passar na altura.

A experiência assemelhou-se, de alguma forma, a um sonho? Não. Era tão real como eu estar aqui sentada a contar-vos isto.

Vivenciou uma separação corpo-mente? Sim Eu sabia sem qualquer dúvida que não estava mais no meu corpo. Senti-me sair e sabia que ia a algum lugar sem o meu corpo.

Que emoções sentiu durante a experiência? Amor, amor desinibido. O sentimento mais amoroso incompreensivel para a humanidade.

Ouviu sons ou ruídos incomuns? Apenas vozes distantes e a voz do ser que estava comigo.

Entrou ou atravessou algum túnel ou compartimento fechado? Não

Você viu uma luz? Sim O ser era apenas constituido por luz.

Encontrou ou viu outros seres? Sim O ser que estava comigo.

Você reviu acontecimentos passados de sua vida? Não

Durante a sua experiência, observou ou ouviu qualquer coisa associada a pessoas ou eventos que foi posteriormente verificada? Não

Viu ou visitou belos ou especiais lugares, níveis ou dimensões? Impreciso Apenas tinha cinco anos e não conseguia compreender dimensões. Era como estar de fora a olhar para dentro.

Você sentiu uma alteração de espaço e tempo? Impreciso Era como se o tempo tivesse parado. Não havia movimento nem para a frente nem para trás. Apenas estar lá naquele momento.

Teve a sensação de possuir um conhecimento especial, de ordem e/ou objetivo universal? Não

Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Não

Tomou conhecimento de eventos futuros? Não

Participou ou teve consciência de uma decisão de retornar ao corpo? Sim Foi-me dito para voltar.

Passou a ter quaisquer dons psíquicos, para-normais ou outros especiais a seguir à experiência que não tinha antes? Sim Viajar, premonições, intuição, visões, a capacidade de sentir os sentimentos das pessoas à minha volta.

Suas atitudes e crenças foram alteradas após a experiência? Não Eu tinha cinco anos e era suposto eu acreditar no que a minha mãe acreditava. Agora, esta coisa psiquica assusta-me e confunde-me. Não sei o que fazer com ela. Tenho uma ligação muito especial com as crianças. Farei qualquer coisa para ajudar uma criança.

Você compartilhou esta experiência com outras pessoas? Sim Pela primeira vez na minha vida contei ao pastor da minha igreja para que pudessemos trabalhar e descobrir o que me está a acontecer.

Que emoções vivenciou após a sua experiência? Paz e calma. Eu estava feliz e positiva. Até nos momentos mais tristes nunca perdi a esperança e a paz.

O que foi o melhor e o pior em sua experiência? A melhor parte foi estar envolvida naquela existência amorosa. A pior parte tem sido tudo após aquilo.

Há algo mais que desejaria acrescentar referente à experiência? Estas coisas são assustadoras e confusas. É com grande dor que vivo cada dia agora. Não temo a morte. Temo a vida.

A sua vida mudou especificamente por conta da sua experiência? Não

Após a experiência, surgiram outros eventos em sua vida ou fez uso de medicamentos ou substâncias que reproduziram alguma parte de sua experiência? Sim A laqueação de trompas. Foi-me dito para voltar pois havia muito para ser feito. (Nenhuma explicação acerca do que esse “muito” possa ser).

O discograma (apenas anestesia local) foi-me dito para voltar, a senhora lobo (em inglês wolf) estava à minha espera. Encontrei aqui uma alta sacerdotisa com o nome de Lady Wolfen Mists. Ela definitivamente tinha algumas lições para me ensinar.

Existem outras questões poderíamos pedir para ajudá-lo a comunicar a sua experiência? Sim Frequentemente não me abro facilmente com os outros e isto é o melhor que posso fazer agora.