EQM de Graça P
Home Page EQM actuales Compartilhe EQM



Descrição da Experiência:

Eu via e ouvia o meu marido a chorar e não entendia a razão. Para mim já tudo passara e eu estava bem. Eu disse-lhe 'Manuel, eu estou bem! Já passou!' Não me ouviu. Eu insisti. Ele foi buscar o aparelho de medir a tensão arterial, colocou-mo no braço e quando obteve o resultado gemeu. Tentou várias vezes, em vão. O aparelho não dava sinal.

Eu continuava a olhar para ele e a dizer-lhe que estava bem. Ele não me ouvia. Vi-o a ir buscar um pequeno espelho e a colocar em frente do meu nariz e da minha boca. No espelho não ficou nenhum vapor. Ele tentou uma e outra vez. Eu continuava a tentar falar com ele a dizer-lhe que estava bem e que já não me doía nada. Eu não sabia explicar porque razão o espelho não embaciara mas estava mais preocupada em tranquilizar o meu marido. Eu estava bem. Ele balbuciava: '- Por favor, Gracinha! Não me deixes! Volta para mim! Preciso de ti!' Eu dizia-lhe: '- Escuta-me! Eu estou bem! Já passou!'

De súbito, apercebi-me que estava a vê-lo de um ponto mais elevado do que seria possível, se eu estava deitada na cama. Ele usava o espelho e o medidor de tensão de forma tão ansiosa que eu não compreendia a razão. Eu dizia-lhe que não tinha dor que tudo já tinha passado mas ele não me ouvia. Desistiu e deitou-se sobre o meu corpo a chorar 'Gracinha! (Termo carinhoso do meu nome) não me deixes, por favor! O que vai ser de mim e do nosso filho! Ó Meu Deus! ...' (ao contrário de mim, nessa época, o meu marido era católico praticante embora tivesse algumas dúvidas, e continuou a ser durante muitos anos.

Nesse instante apercebi-me de que algo absurdo ocorria. Tive consciência de que estava a ver a cena junto ao tecto. Senti-me inquieta. Era um facto tão estranho! Como podia estar eu a ver o meu marido, em pranto, sobre o meu corpo? Observei com atenção para ter a certeza de que era eu. Era eu! Como podia ser? Que se passava?

Não senti medo. Estava intrigada. Tentei encontrar uma explicação, mas não fui capaz. Olhei à minha volta. Estava estupefacta.

Creio que deixei de ouvir o meu marido, embora o visse debruçado sobre o meu corpo a chorar.

Observei com atenção o tecto em redor, o candeeiro de tecto, os frisos das portas do armário embutido. Eu estava mesmo junto ao tecto e estava intrigada com aquela situação. Do meu lado direito estava o roupeiro de três portas. Eu via o tampo superior, do lado exterior. Estava cheio de pó e lembro-me de ter pensado 'Oh! Esqueci-me de limpar o pó aqui!' Foi então que vi, uma folha de papel azul, de vinte e cinco linhas, coberta de pó. Era um documento que eu andava à procura e não encontrara. Pensei: 'Está aqui!Procurei tanto e ele aqui! Está cheio de pó! Vou ter de o limpar com cuidado!'

Tive a consciência de que não era um sonho. Em baixo o meu marido abanava o meu corpo e eu sentia pena dele. Não pensei que estava morta. eu Não estava morta porque estava ver toda aquela cena de um ponto fisicamente impossível. Eu não estava a compreender nada. Absolutamente nada. Senti-me inquieta. Olhei para a parede que estava nas minhas costas e vi o relógio. Quando tentei ver as horas senti-me 'aspirada' e saí daquele espaço.

No instante seguinte estava num local de uma escuridão total. Senti medo. Muito medo. Estava desorientada. Estendi os braços em busca de uma parede ou de um móvel. Não conseguia tactear nada. Lembro-me de andar de braços estendidos e rodá-los em todas as direcções em busca de uma referência. Nada. Estava apavorada. Onde estava? O que fazia ali?

Não chamei por Deus ou santos! Para mim não existiam. Não chamei por ninguém!

Decidi caminhar numa direcção, ou pelo menos tentar. Estendi os braços para a frente e movi-me.

Foi então que ouvi uma voz 'Não tenhas medo! Estamos aqui para te ajudar!' Estendi os braços na direcção da voz e encontrei o vazio.

Outra voz, e uma outra me diziam o mesmo. Não sei dizer quantas eram. Eu sentia 'as Presenças' mas não conseguia tocar-lhes.

Apercebi-me a determinado momento que não as ouvia com os ouvidos, mas com o pensamento. Como era possível?

Tive consciência que não tinha escolha. Estava na escuridão, sem saber a minha localização, e fosse o que fosse que ali estava eu não tinha mais ninguém a quem recorrer. Pareciam-me pessoas porque eu compreendia o que elas diziam.

Intrigava-me o facto de saberem onde eu estava, se eu não os via. Estaria eu cega?

Ouvi a resposta dentro de mim 'Não! Não estás cega!'

Deixei de procurar tocar-lhes.

Mentalmente aceitei a ajuda. Estava assustada, creio mesmo que posso afirmar, apavorada. A escuridão total desorientava-me.

'Vem!'

'Para onde?'

'Vem! Segue-nos!'

'Como? Se não vos vejo?'

'Deixa-te levar!'

Quem comunicava comigo estava situado do meu lado direito. Eu sentia algo semelhante a uma energia, como a electricidade estática ou íman, que eu não sabia definir. Sentia outras 'energias' à minha volta.

Desisti de me questionar e deixei-me levar. Senti o meu corpo colocar-se na posição de decúbito ventral, com a face para baixo. Esbracejei mas quem me acompanhava tranquilizou-me afirmando que eu não cairia.

Deslocamos-nos, lentamente, na escuridão. Assim me parecia. Sem qualquer ponto de referência eu não era capaz de saber como e a que velocidade me deslocava. Dava-me a sensação de que deslizava.

Eu perguntava 'Para onde vamos?' e respondiam-me para ter calma e para os seguir.

O sentimento de medo foi-se desvanescendo.

A certa altura, surgiu um ponto de luz, minúsculo, naquela escuridão. Disseram-me 'Vês! É para ali que vamos!

Não fiz perguntas.

Quanto mais avançávamos em direcção à luz mais a escuridão se esbatia.

Não tinha a noção de 'viajar' num túnel. Tinha a noção de 'viajar' no cone de luz projectado. Quando se liga uma lanterna na escuridão projecta um cone de luz. É assim que posso descrever esse momento.

Comecei a sentir ansiedade. Eu desejava chegar lá, junto da luz. Para mim era uma estrela que iria iluminar a paisagem quando estivéssemos mais próxima dela.

Quando já existia claridade à minha volta, procurei ver os meus acompanhantes. Não vi nada mas continuava a senti-los junto de mim.

Estava tranquila, como se tudo o que ocorria fosse algo natural. Eu entendia.

Chegámos a um ponto em que a claridade iluminou tudo, vi a paisagem mas não tive tempo de ver pormenores, porque parecia que viajávamos a uma velocidade impensável. Vi a Terra e a Lua a distanciarem-se. O Sol a ficar afastado. Eu estava maravilhada.

Existiam cores que não sei definir porque não se enquadram na paleta de cores que temos. Existiam tons que criavam camadas como placas transparentes sobrepostas, lindas! Eu estava extasiada. Deixava-me levar, sem medo. Maravilhada. Atravessávamos zonas de 'poeiras' e logo surgiam mais e mais estrelas e outros astros que se afastavam conforme avançávamos. Eu podia olhar para as luzes das estrelas sem qualquer problema. Era muito bela aquela paisagem espacial, assim me parecia. Tal como um viajante curioso eu observava tudo, embora a deslocação fosse rápida demais para observar pormenores. Lembro-me de compreender.

Parecia-me ver os astros em planos paralelos, infindáveis. E eu compreendia. Compreendia tudo. Já não fazia perguntas. Observava e maravilhava-me com a 'paisagem'.

A 'paisagem' era formada por cores, astros junto dos quais passávamos. Eu estava tão fascinada que não olhava para a luz inicial.

Os meus companheiros 'invisíveis' continuavam comigo, mas eu tinha a sensação que pouco a pouco iam ficando para trás. Isso para mim era um facto 'normal'. O companheiro inicial que se situava à minha direita, continuava presente, eu sentia-o.

Olhei para a luz para onde nos dirigíamos. Era tão potente como o sol mas a sua luz não feria. Eu olhava directamente para ela e não sentia desconforto. O mesmo ocorria quando passávamos junto de um astro qualquer. Nenhuma luz feria. As cores eram tão belas, diferentes das que conheço. Deslocava-me mas não me lembro de observar o meu corpo. Não me lembrei de o fazer. Nesses momentos não era importante. Por estranho que pareça, quanto mais me afastava do planeta Terra mais a existência da minha família deixava de existir. Nem pensava no meu filho. Foi muito estranho.

Lembro-me de ter um sentimento semelhante ao que temos quando depois de uma longa ausência regressámos a casa. Eu sentia-me 'a regressar a casa'. Estava em paz e feliz como nunca estivera antes.

Em certo momento, a primeira luz emitiu sons que não sei definir e dela foi projectada 'uma onda', assim chamo porque se movia como as ondas do mar. Era uma onda de luz e energia que não sei definir. Tive medo mas o meu companheiro invisível disse-me para estar tranquila que nada de mal ocorreria.

Fiquei a observar a onda a aproximar-se na expectativa do que iria ocorrer. Quando a onda me tocou senti que me dava amor. Um amor tão grande que mesmo que somasse o amor dos meus pais, do meu marido, do meu filho, de toda a família e o que eu sentia por eles, não chegaria para ser comparado a uma areia num deserto.

Nunca sentira algo que se assemelhasse. Uma nova onda se formou e quando chegou até mim eu senti-me amada de uma forma inexplicável.

Eu desejava ir para a fonte que emanava tanto amor e deixei de observar o que me rodeava e a centrar-me apenas naquela estranha estrela.

Eu queria chegar depressa até ela e a cada onda que me tocava eu ficava mais feliz, como se sempre eu fizesse parte daquele amor.

Já estava perto, assim pensei eu, quando a luz me disse mentalmente:

'Pára!'

Eu parei mesmo sem querer.

'Tens de voltar!'

'Voltar?'

'Tens de voltar. O teu marido precisa de ti e o teu filho também!'

'Não! Por favor! Eu quero ficar'

'Não podes! Vais ter de voltar!'

'O meu marido arranja outra mulher e o meu filho tem o pai e os avós! Eu não lhes faço falta! Deixe-me ficar!'

'Terás de voltar! Tens tarefas a cumprir!'

'Mas eu quero ficar! Por favor! Nunca senti tanto amor na minha vida! Não me mande de volta!'

'Tens de voltar! Tens tarefas a cumprir! A tua missão ainda não terminou!'

'Missão? Que missão? Eu já sofri tanto e nunca fui má. Por favor! Por favor! Quero ficar aqui!'

'Não podes! Volta!'

No instante seguinte tudo se desvaneceu.

A dor voltou, inspirei e lá estava eu na cama com o meu marido a chorar de alegria e eu a chorar de tristeza.

Na época o hospital mais próximo,a cerca de 13 km, funcionava tão mal que apavorava quem tinha de recorrer a ele.

Eu estava tão prostrada que só queria descansar. O meu marido telefonou para um médico particular mas não atendeu. Contei ao meu marido a experiência que tivera e choramos emocionados. Ele emocionado por eu me ter salvo, eu emocionada pela experiência e pela frustração do retorno.

O meu marido afirmou que em momento algum, desde que deitei a mão ao peito e tentei respirar, abri os olhos. Então como podia eu ter visto tudo o que se passara?

Disse ao meu marido: - Desculpa! Mas eu não queria voltar! Era tudo tão bonito e havia tanto amor!

Quando o nosso filho de 4 anos chegou do passeio com os avós maternos, e nos veio abraçar eu tive um sentimento de culpa por o querer deixar órfão de mãe. Mas a dor da partida daquele ambiente de amor ainda permanecia.

O meu marido foi ver se o documento de que eu falava estava em cima do roupeiro. Colocou uma cadeira e resgatou-o, cheio de pó, tal como eu vira.

Nunca ouvíramos contar nada semelhante.

No dia seguinte, de manhã o meu marido levou-me a um médico particular muito conceituado. Depois de uma longa observação, fez-me um electrocardiograma, colocou-me num aparelho que radiografava todo o corpo e observou. Fez-me testes de reflexo e de raciocínio. Já não me lembro que mais fez. A seguir informou que eu tivera uma paragem cárdio-respiratória devido a uma reacção alérgica ao composto químico da Aspirina, e que tivera muita sorte em sobreviver. Quando o meu marido lhe perguntou se devíamos ter recorrido ao hospital ele disse que nunca eu lá chegaria com vida. Parecia-lhe que eu ficara com uma ligeira lesão no coração e nos pulmões. Disse que eu poderia viver muitos anos com essas lesões. Tentei falar do que me ocorrera mas ele não deixou e disse-me algo do género:

'Ora, Graça! A senhora estava inconsciente a um passo da morte! Tenho a certeza absoluta que não viu nada, nem ouviu. Vai fazer um electroencefalograma para ver se está tudo bem.

De regresso a casa eu e o meu marido decidimos guardar segredo sobre o que ocorrera, com receio de que alguém nos considerasse loucos. Fiz o electroencefalograma que foi considerado 'normal para a idade'.

Informação Anterior:

Género:Мasculino

Data em que ocorreu a EQM: 1982

Elementos da EQM:

Na altura da sua experiência, houve algum acontecimento associado a uma ameaça de vida? Sim Allergic Reaction Clinical death (cessation of breathing or heart function or brain function). Desde criança que tomava Aspirina quando tinha febre ou dores fortes. Foi num domingo de Verão. Eu estava desde sábado com uma dor de cabeça horrível. Como às vezes tinha tensão arterial baixa, o meu marido mediu-me a tensão arterial, e esta estava normal entre 70 de mínima e 110 de máxima. Não tinha enjoos, apenas me doía a cabeça. Naquela época vivíamos na casa dos meus pais e tínhamos o nosso primeiro filho, de 4 anos de idade. Os meus pais saíram de tarde e como eu estava doente levaram o meu filho com eles. O meu marido deu-me uma Aspirina para me aliviar a dor de cabeça. Segundos depois eu comecei a ter dificuldades em respirar. Uma garra invisível parecia arrancar-me o coração. Eu abria a boca o mais que podia para respirar e o ar não entrava. O meu marido tentou ajudar-me. A dor no peito era desmedida, horrível. Depois tudo cessou.

Como considera o conteúdo da sua experiência? Ambos agradável e angustiante

The experience included: Out of body experience

Sentiu-se separado(a) do seu corpo? Sim Eu já narrei o facto de ver o meu marido a tentar ajudar-me e o facto de durante a experiência ter encontrado o documento que era um certificado de habilitações que eu precisava de apresentar na minha Direcção Escolar. Perdi consciência do meu corpo

Como é que o seu mais elevado nível de consciência e de alerta durante a experiência se comparam com o seu normal e diário nível de consciência e de alerta? Mais consciente e alerta que o normal Durante a experiência, eu via muito mais, ouvia sons desconhecidos que talvez possa 'traduzir' por estalidos. Não sei definir como eram. Eu deslizava, voava. Eu compreendia e tinha uma sabedoria que não possuo.

Em que altura durante a experiência estava no seu mais elevado nível de consciência e de alerta? Existiram momentos diferentes. Quando eu via a cena junto ao tecto eu sentia que tinha uma visão de 360 graus, mas eu sabia que era impossível. Foi uma fase em que me senti mais 'alerta'. A fase da 'consciência' maior foi durante a viajem 'espacial' eu vi e compreendia a leis do Universo. Na verdade, eu não compreendo.

Os seus pensamentos foram acelerados? Incrivelmente rápidos

O tempo pareceu acelerar ou abrandar? Tudo pareceu acontecer de uma só vez; ou o tempo parou ou perdeu todo o significado Para mim não havia tempo. Tudo acontecia, sem medida. Não sei explicar. Acho que por falta do relógio eu não tinha a noção do tempo passar.

Os seus sentidos estavam mais vívidos que o normal? Incrivelmente mais vívidos

Será que a sua visão de alguma forma diferente do normal? Tenho uma miopia ligeira desde a adolescência. Eu vi com nitidez 'planos' de astros até uma distância indescritível.

Sua audição diferia de qualquer forma da normal? Eu ouvia bem como ser humano que sou. Nunca ouvira com o pensamento e muito menos, nunca ouvira uma 'estrela' falar na minha mente.

Did you seem to be aware of things going on elsewhere? Não

Passou por ou através de um túnel? Impreciso Eu não passei através de um túnel mas senti que percorria o facho de luz projectado pela 'estrela'

Você viu algum seres em sua experiência? Não

Encontrou ou teve consciência de algum ser falecido (ou vivo)? Não

The experience included: Darkness

The experience included: Unearthly light

Viu, ou sentiu-se rodeado(a) por uma luz brilhante? Não

Viu uma luz não terrena? Sim Inicialmente parecia-me um ponto de luz, uma estrela à distância. Conforme me aproximava continuou a parecer que era uma estrela mas com a particularidade de que eu podia olhar directamente para ela sem ferir os olhos, o que não acontece quando fitamos o sol.

The experience included: A landscape or city

Pareceu-lhe entrar num outro mundo não terreno? Um lugar não familiar e estranho Desde que fiquei na escuridão total até sair do planeta Terra, foi tudo incompreensível. Era tudo estranho. Eu não tinha, nem tenho, termos de comparação.

The experience included: Strong emotional tone

Que emoções sentiu durante a experiência? Medo, angustia, ansiedade, paz, muito amor que gerou felicidade desmedida.

Teve uma sensação de paz ou de agradabilidade? Paz ou agradabilidade incriveis

Teve um sentimento de alegria? Felicidade

Teve um sentimento de harmonia ou unidade com o universo? Senti-me unido(a) ou um(a) com o mundo

The experience included: Special knowledge or purpose

Pareceu-lhe de repente que entendia tudo? Tudo acerca do universo Parecia-me tudo familiar e eu sabia. Nunca pude esclarecer a mim mesma o que sabia do Universo, porque não me lembro dessa sabedoria. A verdade é que a partir de um certo trajecto da viagem eu tinha a noção de que regressava 'a casa'. Sabia, mas ao voltar perdi todo o conhecimento. Não sei. É confuso explicar.

Cenas do seu passado vieram até si? Não

Cenas do seu futuro vieram até si? Não

Chegou a um limite ou ponto de não retorno oTeve escolha de ficar lá ou voltar para o seu corpo terreno? Cheguei a uma barreira que não me foi permitida atravessar; ou fui enviado(a) de volta contra a minha vontade

Deus, Espiritual e Religião:

Que importância colocava na sua vida religiosa/espiritual antes da sua experiência? Nada importante para mim

Qual era a sua religião antes da sua experiência? Other or several faiths Fui educada e criada na religião católica. Aos 16 anos deixei de ser crente. Na altura da experiência eu não acreditava em nada para além da vida no corpo. Acreditava que depois da morte NADA existia. Embora tivesse contactado, para além do catolicismo, com grupos de adventistas, protestantes, testemunhas de Jeová, espíritas e algumas crenças angolanas eu não acreditava em NADA.

As suas práticas religiosas mudaram desde a sua experiência? Sim Sou muito espiritual sem estar ligada a um grupo religioso.

Que importância coloca na sua vida religiosa/espiritual após a sua experiência? Muito importante para mim

Qual é actualmente a sua religião? Other or several faiths Não estou de acordo com nenhuma religião em especial. Não sou praticante de nenhuma religião. Acredito na comunicação com o outro lado da vida. Tenho experiências de percepções que outras pessoas não têm. Tentei seguir os ensinamentos de Alan Kardec mas não foi possível porque tem regras e horas marcadas para se comunicarem com os espíritos. Eu não acredito nessas horas marcadas. Não me encaixo em nenhuma fé que eu conheça.

A sua experiência incluiu caracteristicas consistentes com as suas crenças terrenas? O conteúdo foi consistente e não consistente com as crenças que você tinha na altura da sua experiência Eu não acreditava em nada místico. Esta experiência abalou as minhas certezas de que nada existia depois da morte.

Teve alguma alteração nos seus valores e crenças devido à sua experiência? Sim Como agnóstica, colocar a hipótese da existência de vida depois da vida foi uma grande labuta. A experiência existia mas eu não tinha quem me ajudasse a interpreta-la. Acreditar no que eu deixara de acreditar aos 16 anos era um esforço desesperado. Mas a experiência estava em mim e eu não podia negá-la. Eu estivera lá, junto do Amor e sentira-me amada. Passei a ver os momentos, meus, de doença como aprendizagem, sem revolta, com aceitação. Tenho medo da dor não da morte, porque sei que voltarei a encontrar o Amor. Em momentos de desespero,às vezes, a vontade de voltar àquele lugar era tão intenso que eu desejava morrer e pensava em suicídio. A incompreensão, ou antes, o que guardava em mim, sofucava-me. Eu queria saber mais sobre o assunto.Eu não era certamente a única a ter uma experiência daquelas mas não encontrava ninguém que tivesse estado às portas da morte.

The experience included: Presence of unearthly beings

Pareceu-lhe encontrar um ser místico ou presença, ou ouvir uma voz não identificável? Ouvi uma voz que não consegui identificar Ouvi as vozes dos meus companheiros de viagem. E afirmo que a 'luz inicial', falou comigo mentalmente quando me mandou parar e regressar.

Viu algum ser na sua experiência? Não

Encontrou ou teve consciência de algum ser que tenha vivido anteriormente na terra, que seja descrito pelo nome em religiões (por exemplo: Jesus, Maomé, Buda, etc.)? Não

Durante a sua experiência, obteve informação acerca da existência pré-mortal? Sim De certo modo sim, porque eu tinha a noção de que estava a voltar 'para casa'.

Durante a sua experiência, obteve informação acerca da ligação universal ou unidade? Impreciso Eu não sei. Se por um lado o facto de viajar e ver paisagens que me pareciam do Universo me fazia sentir que era tudo tão natural e explicável, ao regressar o conhecimento dessa sabedoria perdeu-se.

Acreditava na existência de Deus antes da sua experiência? Deus não existe

Durante a sua experiência, obteve informação acerca da existência de Deus? Impreciso Eu não tinha a certeza de nada. Experimentara algo ao qual não era capaz de atribuir nomes. Algo impossível de ser verdadeiro, segundo os médicos. E se os médicos estavam errados? E se afinal eu estava errada? E se Deus não era o que descreviam nas religiões mas algo que ninguém sabia definir? Fiquei com a certeza de a minha experiência fora real. Mas, a experiência que tivera mas não se enquadrava nos conhecimentos que eu tinha da Bíblia. Não era o Deus católico! Como podia eu afirmar que era Deus? Por outro lado era 'algo' maravilhoso, magnífico a que posso chamar apenas 'Amor'

Após a sua experiência acredita na existência de Deus? Deus definitivamente existe

Não que respeita às nossas vidas Terrenas que não seja a Religião:

Durante a sua experiência, obteve algum conhecimento ou informação especial acerca do seu propósito? Impreciso Quem me mandou de volta, disse-me mentalmente que eu tinha algo a cumprir, mas não especificou. Sei que passei a ver a vida de outra forma e a sentir de modo diferente.

Antes da sua experiência acreditava que as nossas vidas terrenas têm significado e são significativas? Não são significativas e importantes

Durante a sua experiência, obteve alguma informação acerca do significado da vida? Não

Antes da sua experiência acreditava na vida após a morte? Não existe uma vida após a morte

Após a sua experiência acredita na vida após a morte? Definitivamente existe uma vida após a morte Sim Eu não acreditava em Deus nem na continuidade da vida. Com esta experiência eu não sabia definir, nem sei, com quem falei em pensamento. Não sei o que era nem quem era. De retorno ao corpo eu não encontrava explicações em lado nenhum. Eu queria saber se alguém tinha experimentado algo semelhante mas não podia falar com medo de ser mais uma 'lunática'. Eu queria explicar com os conhecimentos científicos que tinha mas não conseguia. Algo muito estranho acontecera e o meu marido de algum modo testemunhara. As questões eram muitas e sem resposta: Que acontecera naquela 'viagem'? A luz era Deus? E o amor recebido era imaginação? Mas como podia eu imaginar e sentir algo que não sabia ser possível de sentir? Não afirmo que a 'luz/estrela' era deus, mas posso afirmar que era AMOR.

Antes da sua experiência tinha medo da morte? Tinha um enorme medo da morte

Após a sua experiência tem medo da morte? I do not fear death

Antes da sua experiência tinha medo de viver a sua vida? Moderadamente medroso em viver a minha vida terrena

Antes da sua experiência tinha medo de viver a sua vida? Nie balem sie

Antes da sua experiência acreditava que as nossas vidas terrenas têm significado e são significativas? Não são significativas e importantes

Após a sua experiência acreditava que as nossas vidas terrenas têm significado e são significativas? São significativas e importantes

Obteve informação de como vivermos a nossas vidas? Não

Durante a sua experiência, obteve informação acerca das dificuldades da vida, desafios ou adversidades? Não

Antes da sua experiência era compassivo(a)? Moderadamente compassivo para com os outros

Durante a sua experiência obteve informação acerca do amor? Impreciso Eu senti um amor de uma intensidade inexplicável. Disso recordo bem, o amor que a 'onda' me trazia e como eu me sentia feliz por ser tão amada.

Após a sua experiência é compassivo(a)? Muito compassivo para com os outros

Após a sua experiência que mudanças de vida ocorreram na sua vida? Mudanças moderadas na minha vida Para mim que na altura não acreditava em nada espiritual foi muito complicado reformular os meus conceitos de vida e de morte. Com esta experiência abriu-se uma nova perspectiva de vida em que eu tinha a certeza que a vida continuava sem contudo perceber bem o que ocorria. Continuava sem respostas a tantas interrogações. Comecei a procurar literatura e nada encontrava. Em Portugal não existiam publicações para além das católicas. Li e reli a Bíblia em busca de alguma explicação mas a história bíblica não respondia ao que eu desejava saber. Por vezes acreditava ter um desvio de personalidade mas por outro lado eu tinha a certeza que não vivera um sonho ou uma alucinação. Passei a estar mais atento às necessidades das pessoas, dos animais e das plantas. Passei a sentir-me um extra terrestre porque não encontrava quem visse o mundo do mesmo modo. Eu acreditava que se tinha voltado à vida era porque tinha de ajudar as outras pessoas. Sentia-me um barco à deriva mas de certa forma com destino. Eu queria fazer o bem, perdoar as pessoas, amá-las.

As suas relações mudaram especificamente devido à sua experiência? Sim Sim! Procuro perdoar e harmonizar a minha vida com os outros. Tenho amigos, na sua maioria crentes na vida após morte. O meu marido deixou o catolicismo. Gostamos de ler sobre espiritualidade. Na verdade, este questionário é longo e já estou cansada.

Após a EQM:

A experiência foi difícil de expressar em palavras? Sim Há coisas que observei para as quais não encontro expressões para as explicar. Principalmente durante a viagem depois de sair da Terra até à luz que me mandou de volta.

m comparação com outros acontecimentos da vida que aconteceram pela altura da experiência, com que exactidão se lembra da experiência? I remember the experience more accurately than other life events that occurred around the time of th Foi uma experiência demasiado forte e especial. Foi muito marcante a nível emocional e despertou-me muitas questões.

Após a sua experiência, tem algum dom psíquico, não-comum ou outro dom especial que não tinha antes da experiência? Sim Se até essa altura eu tinha algumas 'sensações' não explicadas que me levaram a procurar ajuda num psiquiatra, depois desta experiência e a outras que somei, cheguei à conclusão que sou uma pessoa normal, que por vezes consegue estabelecer contacto com 'seres' do outro lado da vida. Não foi nada fácil aceitar esta situação.

Há alguma, ou várias partes da sua experiência que são especialmente importantes ou siginificativas para si? Fiquei a saber que quando a morte chega a dor deixa de existir. Fiquei a saber que o Amor que eu tanto desejo alcançar não é deste mundo. O momento mais grato da minha experiência foi no instante em que a primeira 'onda' me tocou. Inesquecível.

Alguma vez partilhou esta experiência com outros? Sim A experiência foi em 1982. Creio que a primeira vez que falei a alguém, sem ser ao meu marido, foi há cerca de dez anos, ou seja em 2007, a uma psicóloga. Tenho nos últimos anos contado a algumas pessoas. Algumas reagiram com gratidão pela partilha outras banalizaram e afirmaram que foi sonho. As que se sentiram gratas dizem ter menos medo da morte.

Antes da sua experiência tinha algum conhecimento de experiências quase-morte (EQM)? Não

O que acreditava acerca da realidade da sua experiência logo após (dias ou semanas) ela ter acontecido? A experiência foi definitivamente real Para mim eu não tinha dúvida, fora uma experiência definitivamente real. Tinha vivido algo sem explicação.

O que acreditava acerca da realidade da sua experiência logo após (dias ou semanas) ela ter acontecido? A experiência foi definitivamente real Tenho a certeza que vivi tudo o que narrei. A vida passou a ser uma escola e eu quero tirar boa nota e regressar ao ponto em que me mandaram regressar.

Em algum momento da sua vida, algo alguma vez reproduziu qualquer parte da experiência? Impreciso Após uma intervenção cirúrgica, em 2002, já na enfermaria, vi uma luz intensa envolver-me e deixei-me acarinhar por ela. Quando voltei a mim, estava cheia de dores. Não dia seguinte soube que tivera uma quebra brusca de tensão arterial que quase levara a uma paragem cardíaca. Estive ligada a um monitor até recuperar. Nada mais. Quanto às vozes interiores, essas já são mais frequentes.

Há mais alguma coisa que gostaria de acrescentar acerca da sua experiência? Agradeço ao Universo essa experiência.

Há mais alguma questão que possamos formular para o(a) ajudar a relatar a sua experiência? Creio que o questionário está bem elaborado. Agradeço poder partilhar a minha experiência. Obrigada!