Descrição da Experiência:

Eu tinha fugido de casa, fugido de problemas legais que eu estava tendo. Eu tinha fugido com intenções de ir o mais longo possível antes que a lei me conseguisse apanhar e quando conseguissem, eu tinha uma solução simples. Eu cometeria o suicídio. Eu tinha trazido comigo uma caçadeira dos meus pais, conhecido como uma 410.

12 de Outubro, 1994. Por alguma razão nesta noite, senti o impulso de confessar tudo aos meus pais, em particular com o meu pai porque senti-me mal em ter levado o camião dele e ter fugido dos meus problemas. Escrevi-lhe uma longa carta e coloquei-a no porta-luvas do camião. Nesta altura, eu não tinha ideia do que iria acontecer na próxima tarde. Eu conseguia sentir o meu coração a despedaçar enquanto eu escrevia a carta. Olhei para cima para o céu da meia-noite, as estrelas e a lua. Eu rezei a Deus para que isto fosse tudo um sonho, mas eu sabia que não era.

13 de Outubro, 1994. Foi nesta tarde que o camião finalmente ficou sem gasolina e encontrei-me preso à beira da estrada nacional I-70. Por várias horas, eu tentei pensar nas minhas opções. Eu estava sem gasolina e sem dinheiro. Não demorou muito para que um polícia rodoviário que se deslocava para sul reparasse no camião preso a norte da estrada. Eu olhei enquanto ele parou o carro e saíu e depois voltou para trás para me ajudar. Eu esperava que ele passasse por mim mas logo as luzes de emergência se acenderam e ele parou atrás do caminhão. Eu entrei em pânico.

Nesse momento, eu estava de pé na porta do lado do passageiro, com a porta aberta e a espingarda no banco da frente. Tinha estado a pensar em suicídio momentos antes. Assumi que o polícia estava a verificar as matrículas enquanto o observava dentro de seu carro falando no rádio. Eu sabia que em breve ele iria perceber que o camião tinha sido roubado e que eu era procurado em Michigan por escrever cheques inválidos. Peguei na 410 e coloquei-a contra o centro do meu peito. Apertei o gatilho. Aconteceu rapidamente e me vi cambaleando para trás e colocando a mão sobre a ferida. Era como uma mangueira de água correndo água quente.

O policia saltou do carro e agachou-se com a arma apontada. Levou um momento para ele perceber o que tinha acontecido enquanto eu tropeçava de volta em direção ao seu carro. Eu queria que ele percebesse que não corria nenhum perigo. Acordei e encontrei-me na ambulância enquanto alguém dizia: 'Não acredito nisto, estamos presos.' Acordei novamente e vi reparei que uma mulher estava olhando para mim, sentada em cima de mim. Luzes estavam passando por mim. Eu sabia que estava no hospital, sendo levado à pressa por um corredor.

Acordei outra vez quando me passaram para a mesa de cirurgia. Eles viraram o meu corpo. "Não há tempo", disse uma voz. Eles viraram para o meu lado e senti uma queimadura horrível. Foi aí que aconteceu.

Encontrei-me na escuridão como se estivesse no meio do nada, no escuro de uma noite quente. Não havia sons, pelo menos não no início. Eu não tinha medo; não havia nada de que ter medo. Senti a presença de alguém lá, mas não vi ninguém. Era pacífico, mas escuro.

Senti uma brisa na minha cara. Era difícil de dizer se era o vento a soprar ou era eu que me movia. A sensação da brisa na minha cara cresceu. Não demorou muito antes de eu perceber que afinal era eu que me movia e não era o vento soprando. Continuava escuro; Conseguia sentir-me em movimento, correndo. Correndo através de coisas escondidas no escuro. Coisas que eu senti que me olhavam, que me queriam, mas eu não tinha medo. Foi então que, por algum motivo, comecei a lembrar-me de uma equipa. Talvez um homem vestido com uma túnica preta, com um rosto suave e cabelos grisalhos. Não me lembro de ver esse homem, apenas uma imagem que até hoje me lembro - uma lembrança desse homem como se eu o estivesse a ver no escuro através de óculos embaciados. A sua imagem é proeminente, mesmo o seu robe preto, iluminado no escuro. Talvez eu o tenha visto, e talvez não tenha. Mas lembro-me que a equipa estava à minha frente ou ao meu lado. Estávamos a planar através da escuridão e eu senti-me seguro. Eu sabia que, enquanto ele estivesse lá, eu estaria a salvo. Eu odiaria estar naquele lugar se ele não estivesse lá, isso eu tinha a certeza.

Acordei cerca de 48 horas depois e encontrei a minha mãe a segurar a minha mão. Tinha-me sido explicado que a minha pressão arterial caíra para 20/40 e que todos os meus órgãos internos tinham deixado de funcionar. Disseram-me que eles fizeram uma massagem ao meu coração e que o meu coração tinha parado, mas não me consigo lembrar por quanto tempo. Uma equipa médica de marido e mulher havia trabalhado comigo e que quase me haviam declarado morto. A ambulância tinha ficado presa ao tentar passar pela estrada do meio ao voltar para sul em direção ao hospital. Levaram um pouco mais de uma hora para eu chegar ao hospital.

Eu vivo a minha vida recordando aqueles momentos, feliz por ter sobrevivido e feliz por viver todos os dias. A minha vida mudou, mudou para melhor. Tudo acontece por uma razão e fico feliz por ter tido a oportunidade de sobreviver depois daquilo que fiz. Muitas coisas mudaram. Nem um dia. NEM UM dia passa em que eu não pense em Jesus, e Deus.



Informação Anterior:

Género: Мasculino

Data em que ocorreu a EQM: Outubro 13, 1994

Na altura da sua experiência, houve algum acontecimento associado a uma ameaça de vida? Sim Tentativa de suicídio Alvejado ao peito.

Elementos da EQM:

Como considera o conteúdo da sua experiência? Maravilhoso

Sentiu-se separado(a) do seu corpo? Perdi consciência do meu corpo

Como é que o seu mais elevado nível de consciência e de alerta durante a experiência se comparam com o seu normal e diário nível de consciência e de alerta? Menos consciente e alerta que o normal

Em que altura durante a experiência estava no seu mais elevado nível de consciência e de alerta? Durante a primeira parte da cirurgia.

Os seus pensamentos foram acelerados? Incrivelmente rápidos

O tempo pareceu acelerar ou abrandar? Tudo pareceu acontecer de uma só vez; ou o tempo parou ou perdeu todo o significado

Os seus sentidos estavam mais vívidos que o normal? Não

Será que a sua visão de alguma forma diferente do normal? Não

Sua audição diferia de qualquer forma da normal? Não

Pareceu-lhe que tinha consciência de coisas que se passavam noutro lado? Sim, e os factos foram verificados

Passou por ou através de um túnel? Impreciso Durante a minha experiência na escuridão, senti como se eu estivesse num túnel.

Encontrou ou teve consciência de algum ser falecido (ou vivo)? Impreciso

Viu, ou sentiu-se rodeado(a) por uma luz brilhante? Uma luz de origem claramente mística ou de outro mundo

Viu uma luz não terrena? Não

Pareceu-lhe entrar num outro mundo não terreno? Um reino claramente místico ou não terreno

Que emoções sentiu durante a experiência? Senti-me seguro. Não senti nenhuma dor, tristeza, alegria. Senti-me apenas seguro.

Teve uma sensação de paz ou de agradabilidade? Paz ou agradabilidade incríveis

Teve um sentimento de alegria? Alegria incrivel

Pareceu-lhe de repente que entendia tudo Tudo acerca do universo

Cenas do seu passado vieram até si? O meu passado passou rapidamente diante de mim, fora do meu controlo

Cenas do seu futuro vieram até si? Cenas do futuro do mundo

Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Não

Chegou a um limite ou ponto de não retorno oTeve escolha de ficar lá ou voltar para o seu corpo terreno? Cheguei a uma barreira que não me foi permitida atravessar; ou fui enviado(a) de volta contra a minha vontade

Deus, Espiritual e Religião:

Qual era a sua religião antes da sua experiência? Impreciso Adventista do sétimo dia, mas não praticando ou frequentando a igreja.

As suas práticas religiosas mudaram desde a sua experiência? Sim

Qual é actualmente a sua religião? Moderado Cristão, acreditando mas não comparecendo aos cultos da igreja

Teve alguma alteração nos seus valores e crenças devido à sua experiência? Sim

Pareceu-lhe encontrar um ser místico ou presença, ou ouvir uma voz não identificável? Encontrei um ser definido, ou uma voz claramente mística ou de origem não terrena

Viu algum ser na sua experiência? Na realidade vi-os

No que respeita às nossas vidas Terrenas que não seja a Religião:

Durante a sua experiência, obteve algum conhecimento ou informação especial acerca do seu propósito? Impreciso Senti que por alguma razão estava tudo bem e que as coisas com que nos preocupamos não são assim tão importantes.

As suas relações mudaram especificamente devido à sua experiência? Não

Após a EQM:

A experiência foi difícil de expressar em palavras? Não

Após a sua experiência, tem algum dom psíquico, não-comum ou outro dom especial que não tinha antes da experiência? Não

Alguma vez partilhou esta experiência com outros? Sim Com a minha igreja.

Antes da sua experiência tinha algum conhecimento de experiências quase-morte (EQM)? Não

O que acreditava acerca da realidade da sua experiência logo após (dias ou semanas) ela ter acontecido? A experiência foi definitivamente real

Agora no que acredita acerca da realidade da sua experiência? A experiência foi definitivamente real

Em algum momento da sua vida, algo alguma vez reproduziu qualquer parte da experiência? Não