Por volta das 18:25, eles estavam me injetando na axila esquerda (era obviamente o anestésico (era apenas o anestésico parcial, recomendado para esse tipo de cirurgia). Na primeira punção, o anestesista me perguntou se eu estava sentindo o fluxo/corrente. O diálogo segue:

Primeira punção.

Anestesista: 'Você está a sentir o fluxo, a corrente?'

Eu: 'Não.'

Anestesista: 'Como assim?'

Eu: 'Não, tenho a certeza disso.'

E eu não me consigo lembrar de mais nada da sala da cirurgia. Só agora começa a minha linda experiência. Eu vou contar-vos e tenho a certeza que, quando ouvirem isso, vão sentir como o amor assume o controlo das vossas almas.

Não há ninguém comigo, Eu sinto-me como a descer num vazio muito escuro/sombrio sem nada. Mas eu o atravesso muito rapidamente, conseguindo ver e sentir a presença do meu avô e uma luz brilhante atrás dele, extremamente radiante e branca, que não magoava os meus olhos.

Era o pai do meu pai, sim, e o meu amado avô, a quem eu o amei tanto. Ele estava de pé no ar. (Eu pouco me lembro dele dessa forma, desde que ele morreu 12 anos atrás, no 12 de Janeiro de 1992. Ele sofreu dessa doença horrível - diabetes - que fez com que ele estivesses deitado numa cama durante períodos longos e destruiu o seu sistema imunitário. Na minha memória, ele estava vivendo a sua vida desta cama.)

Ele estava usando um roupão branco de mangas compridas, amarrado no pescoço - como um anjo, mas sem asas - que combinava com seu cabelo branco e raro. Este roupão era comprido o suficiente, mas eu ainda podia ver seus pés descalços no ar, como se seu corpo estivesse sem peso, apenas alguns gramas. Ele, inicialmente, estava apenas olhando para mim. Sim, olhando para mim cheio de ternura, abrindo os braços e me dizendo que ele veio para mim.

Eu não sei o que realmente aconteceu, mas de repente, quando eu queria ir com ele, ele não me deixava entrar e, naquele exato momento, eu vi um grande círculo de pessoas que eu não conhecia. Apenas aquele que liderava essas pessoas era familiar para mim; foi o meu avô.

Eles não me deixaram entrar, a pedido do meu avô. Eu tentei e tentei entrar pela abertura, entre meu avô e uma mulher (com o mesmo roupão e cabelo escuro) cujas costas eram a única coisa à vista. No entanto, ele não me deixou entrar e eu não estava pronto para ouvir isso. Eu só queria entrar, mas ele continuou dizendo não. Ele continuou dizendo que eu não deveria entrar - que ele voltaria para mim na hora certa, não agora

Eu lembro. Eu estou ciente disso. Eu me senti tão angustiada, pois sabia que, se conseguisse cruzar os braços, segurando as duas mãos, seria capaz de sentir para sempre a PAZ que me invadiu quando vi aquela LUZ.

Eu sabia que, se conseguisse me juntar a esse círculo de pessoas, o melhor viria. Eu sabia. Eu estava sentindo isso. É por isso que eu não queria, meu único desejo era me juntar ao meu avô. Então, de repente, comecei a sentir como alguém estava acariciando minha cabeça, com lágrimas ao cruzar minha bochecha.

Foi então quando me lembrei de ter pedido meu amado filho, Facu. Eu perguntei: 'E meu bebê?' Uma mulher que eu não conhecia respondeu: "Seu bebê está com a avó". Eu respondi a ela que ele estava com a minha irmã.

E então, alguém (não tenho certeza se era a mesma mulher) me disse: 'Lorena, não se force (já que eu não fui capaz de pronunciar corretamente) toda a sua família está esperando do lado de fora por você e todos nós estão com você agora.

A próxima coisa foi que eu estava em recuperação e eu tinha minha mãe do meu lado esquerdo e minha tia Nelly do meu lado direito. Ambos seguravam minhas mãos e acariciavam minha cabeça. Eu disse a mamãe: 'Vovô vem para mim agora.' Ela respondeu, chorando, dizendo que vovô não estava vindo para mim, já que ele está ciente de que precisamos de você deste lado com Facu e nós. Insisti em repetir o mesmo, mas angustiado, já que não estava mais com ele. Lembro-me de quão rápido pedi a presença do meu pai e como lhe disse: 'Papai, eu estava com o vovô. Ele vem por mim. Eu fiz o mesmo com minha irmã Naty. Eu acho que adormeci. Eu acordei em um quarto compartilhado. Aqui estou eu, com todos os meus amados parentes - entre eles, meu filho e marido. Hoje é 19 de janeiro de 2004 e me lembro tão real como naquele dia, cheio de paz e amor. Eu quero compartilhar com você detalhes da cirurgia (de acordo com o cirurgião, a cirurgia que deve demorar mais de meia hora). Surpreendentemente, demorou três horas e meia! Entrei na sala de cirurgia às 18h20; 18:25 pm injetado com anestesia, e deixou a cirurgia às 21:45 (de acordo com meu marido). Cirurgiões explicaram aos meus parentes como não era esperado que eu ficasse no hospital, mas tive que fazê-lo, uma vez que - segundo eles - eu sofri uma crise regressiva / atrasada.

Informação Anterior:

Género: Feminino

Data em que ocorreu a EQM: 29 de Janeiro do 2004

Na altura da sua experiência, houve algum acontecimento associado a uma ameaça de vida? Sim Associadas à cirurgia

Tudo isso aconteceu durante a cirurgia. Não temos certeza se foi causada por overdose de anestésico ou cirurgiões tentando esconder coisas de nós (mentindo para nós).

Elementos da EQM:

Como considera o conteúdo da sua experiência? Positiva

Existem quaisquer drogas ou medicamentos que poderiam ter afetado a experiência? Não Não

Foi a experiência fantasiosa em qualquer forma? Não, tenho a certeza que foi real.

Sentiu-se separado(a) do seu corpo? Impreciso Não tenho a certeza. Tanto quanto eu saiba, eu estava tendo essa experiência com toda a minha alma.

Em que altura durante a experiência estava no seu mais elevado nível de consciência e de alerta? Eu acho que estava consciente durante a minha experiência.

O tempo pareceu acelerar ou abrandar? Tudo pareceu acontecer de uma só vez; ou o tempo parou ou perdeu todo o significado

Não tenho certeza, desde que eu vi vovô tão saudável, mas ao mesmo tempo, eu senti isso como real.