EQM de Paul G
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Descrição da Experiência 1029:
Eu era um pastor já ordenado e dava missa para os Marines e marinheiros aos
domingos quando estavam fora. Fiz questão de ir a todos os templos religiosos
enquanto estava fora. Fui criado católico romano. Discordo das pessoas que dizem
que a nossa fé tem influência na nossa EFC. Não sabia nada acerca da cura antes
da minha EFC mas depois de ter voltado, sabia que tinha de me curar a mim
próprio e recusei medicamentos para a dor. Eu estava arrebatado com uma sensação
de conhecimento massivo que eu não me conseguia lembrar, estava mesmo na ponta
da minha lingua mas não me conseguia lembrar do que tinha aprendido. Isto era
muito perturbador para mim. Eu podia sentir a energia a vir das pessoas e podia
dizer se elas estavam feridas e podia apontar a dor nos seus corpos mas tinha
medo de dizer algo a alguém acerca disso, porque eu pensava que eles iriam
pensar que eu era doido.
Comecei a ter pesadelos e comecei a pensar que estava doido. Mais tarde,
cerca de vinte anos, após ter sido apunhalado tive uma depressão e foi-me dito
que tinha DSPT. Tenho estado numa busca procurando pela verdade durante vinte
anos mas quando olho para trás para a minha vida, sinto que estive nessa busca
durante toda a minha vida. Tenho uma
proximidade com pessoas que tiveram uma EQM ou EFC, é como um sentimento de
confiança, como se pudesse confiar neles para me protegerem. Parece que temos
uma energia que toca. Descobri este
sentimento quando conheci veteranos num grupo de DSPT, éramos como clones.
Comecei a ver isto em mulheres que têm estado em cacos e violadas, consigo
percebê-las, ver dentro delas.
Era a noite de Haloween de 1981, eu estava a caminhar por uma rua
movimentada em Honolulu com um grupo de pessoas. Um camarada Marine estava
prestes a ser assassinado por quatro samoanos. Coloquei-me no meio e tentei pará-los.
O Marine que eu estava a ajudar saiu do circulo e atacaram-me por trás. Lutei
com estes quatro individuos numa luta até à morte. Eu estava a tentar matá-los e
eles estavam a tentar matar-me. Lembro-me de estar exausto, completamente
esgotado, durante este acto para sobreviver.
Cabeceei um homem na cara com a minha testa e fiquei coberto com o seu
sangue. Coloquei outro a dormir com um pontapé na sua garganta e fonte. Pensava
porque é que ninguém me ajudava? Estou tão cansado.
Tantas pessoas a verem-me lutar que o tráfego tinha parado devido ao enorme
número de pessoas desde o passeio até à rua, centenas de pessoas, ninguém iria
ajudar? Três meses antes desta luta, eu estava fora, e numa operação onde
enfrentei a morte e pensei que ia morrer porque já estava a ficar sem munições
ou iria ser atingido na cabeça com estilhaços. Cerca de uma semana mais tarde
fui raptado com cinco outros Marines e fomos alinhados duas vezes para sermos
executados e dispararam duas vezes com pólvora seca. Durante a luta, o rapto e a
operação não me lembro sequer de ter medo, medo a sério. Sei que devo ter tido
medo, mas não me lembro.
Fiz com que dois tipos perdessem a consciência e restavam dois, eu ia para a
frente e para trás lutando com os dois tipos e um deles correu para a multidão,
lembro-me de pensar que estava quase a acabar, tinha apenas restado um. Eu
agarrava-o pelo cabelo e batia-lhe na cara esperando que ele caisse quando o
tipo que tinha saído voltou através da multidão com uma faca. Um marinheiro
chamado Brad, que eu nunca tinha conhecido estava num táxi que tinha sido parado
pela multidão e viu o tipo com a faca a vir por trás de mim. O Brad tinha
nascido no mesmo dia, no mesmo ano que eu, éramos da mesma idade e nunca nos
tinhamos encontrado. O Brad lutou para escapar à multidão para tentar parar o
tipo com a faca mas foi incapaz de chegar até ele por causa das pessoas que
bloquevam o seu caminho. Aquele tipo saltou para as minhas costas e espetou a
faca na minha artéria pulmonar e pulmão. Quando a faca entrou, o meu corpo virou-se
completamente e eu aterrei por cima do tipo que me tinha apunhalado. O tipo em
que eu estava a bater caiu ao chão. Comecei a asfixiar o tipo que me tinha
apunhalado, com o meu antebraço, tentando matá-lo. Não tinha ideia de que tinha
sido esfaqueado, nunca senti a faca mesmo estando ela a sair do meu peito.
O tipo que tinha caído ao chão estava agora de pé e pontapeava-me na cabeça.
Alistei-me no corpo de Marines e nunca tinha sido agredido até perder a
consciência, mas quando este tipo me estava a pontapear eu pensei que ele iria
apagar-me, “Eu estava a morrer devido à ferida do esfaqueamento”. Lembro-me de
pensar para comigo, “hey, isto é como se sente quando se está a perder a
consciência”. Movi a minha cabeça e coloquei-a por trás da cabeça do tipo que eu
tentava asfixiar até à morte e comecei a fazer força com a minha cabeça tentando
partir-lhe o pescoço. O tipo começou a pontapear-me no estomâgo e foi nesta
altura que o Brad saiu da multidão e começou a ajudar-me, ele pegou no tipo que
me estava a pontapear e esmurrou-o. A multidão então decidiu ajudar e agarrou-me
e começou a arrastar-me para longe do tipo que eu estava a matar.
Estes tipos estavam a tentar matar-me e agora eu tenho uma faca espetada no
meu peito e as pessoas estão agora a envolver-se, o Brad é o unico lá que teve a
coragem, honra e integridade. Eles afastaram-me do tipo enquanto o Brad tomava
conta do outro que deveria ser o assassino. Eles agarraram os meus braços e a
cabeça para trás enquanto eu lutava para me libertar. Vi a faca espetada no meu
peito. Gritei para as pessoas que me seguravam indefeso para ser morto, “fui
apunhalado, LIBERTEM-ME, fui apunhalado, libertem-me!” Eles agarraram-me e o
tipo que me tinha apunhalado estava de quatro espumando da boca e a olhar para
mim. Eu estava incapaz de me mover, podia sentir a faca dentro de mim quando me
tentava movimentar. O tipo que me apunhalou estava a olhar directamente para os
meus olhos e eu olhava fixamente para ele, ele tinha os olhos vermelhos, eles
eram vermelhos, ele saltou e agarrou-me pelo pescoço, as pessoas ainda me
seguravam para este tipo.
Pensei que ele me iria arrancar a garganta, porque eu teria arrancado a
dele. Ele tinha-me, eu não me conseguia mexer porque estava a ser agarrado por
cobardes. Lembro-me de ter uma aceitação completa da morte e relaxei enquanto as
suas mão empurravam o meu pescoço, mas ele agarrou a faca e tirou-a do meu peito
em vez de me bater. O sangue jorrou para fora do meu peito e com cada batida de
coração eu borrifava sangue por cima daquele tipo que me tentava apunhalar
novamente. As pessoas que me estavam a segurar empurraram-me contra o tipo com a
faca. Não me lembro de como saí do caminho da faca, isso está completamente em
branco. Após ele ter falhado ele voltou e apunhalou o Brad no estômago e fugiu
para a multidão. Persegui-o durante quatro passos e ouvi uma explosão e senti
como se tivesse embatido numa parede de tijolos. Caí de costas e sem saber era
incapaz de mover um músculo, eu estava paralisado com a minha cabeça virada para
a esquerda. Eu estava a olhar para as pessoas a olharem para mim, e novamente
ninguém fez nada, apenas olharam para mim como cobardes.
Lembro-me de um homem a segurar uma mulher enquanto ela gritava. Comecei a
gritar para as pessoas que não conseguia respirar mas elas apenas olhavam para
mim, não faziam nada. Fiz isto durante algum tempo antes de compreender que eles
não me conseguiam ouvir porque os meus lábios não se moviam, eu estava
paralisado. Comecei a lutar para me manter vivo, recusei morrer. Disse a mim
próprio que eu não iria morrer. Estava tão cansado, estava extenuado da luta que
não conseguia respirar. Estava a sufocar até à morte, era horrivel, a pior
maneira de morrer. O cenário era agora preto, escuro. Vi uma cara na minha cara
e senti alguém a agarrar o meu pescoço e a levantar a minha cabeça. Era o Brad.
Ele começou a fazer manobras de reanimação e a respirar para dentro de mim, eu
apenas senti uma respiração mas era como se eu tivesse tomado a maior e mais
bela respiração da minha vida. Lembro-me de dizer para mim próprio, “OK
companheiro, agora está nas tuas mãos”. Eu estava cansado.
Após aquela respiração apaguei, tudo estava escuro. Não sei quanto tempo
tinha passado quando estive fora do meu corpo. Não senti nem me lembro de ter
saido do meu corpo, mas era como se eu estivesse apenas lá, eu estava em pé, por
cima do meu corpo, com o meu espirito/alma pés e tornozelos na cabeça do meu
corpo morto, eu olhava para baixo para mim próprio mas não me lembrava de estar
ferido, não tinha ideia de que estava morto ou ferido. Eu era agora uma sombra
translúcida com mãos, pés, todo um corpo, mas era feito de energia, poder e
força. Olhei para o meu braço direito e cerrei o punho. Olhei para o meu braço
esquerdo e cerrei o punho. Sentia-me tão forte e poderoso, eu era energia.
Olhei num ângulo de 45 graus e fui disparado como um foguete para esta
infinidade de escuridão na qual eu conseguia ver. Não era como estar numa sala
escura ou num armário, era uma escuridão que eu podia ver até ao infinito.
Senti-me como se estivesse no espaço. Eu procurava algo mas não sabia o quê. Eu
sabia que estava a procurar algo mas não tinha urgência em encontrá-lo. Eu
estava calmo, sem dor nem preocupações, estava apenas à procura de algo. Viajava
através desta escuridão como um foguete mas não conseguia sentir vento, era um
movimento para a frente num ângulo de 45 graus. Durante esta movimentação
através do espaço não conseguia ouvir vozes.
De repente parei abruptamente, eu estava num
vazio com quatro entidades à minha esquerda um pouco acima de mim, e a voz de um
homem à minha direita e acima das quatro entidades disse, “Ele não vai
safar-se”. Nesse momento, lembro-me de dizer a mim próprio, “Hey, eles estão a
falar de mim”. Voltei a mim através dos meus olhos, parecia como uma coisa de
animação, como se puxássemos uma persiana para baixo e a deixássemos rolar para
cima e ela rolasse e rolasse, foi como me senti a voltar através dos meus olhos.
Abri os meus olhos e a minha cabeça estava voltada para a esquerda e vi o Brad
sentado no banco da ambulância a olhar para mim coberto de sangue. Ele não disse
nada apenas olhava para mim, as suas mãos nos seus joelhos cobertas de sangue.
Vi um paramédico a segurar no ar uma garrafa
de soro, ele estava sentado à minha esquerda, perto dos meus joelhos apenas
olhando para mim e não dizendo nada. Olhei para ambos, levantei ambos os meus
braços, rodei-os com as mãos, e disse, “F----, não vou morrer”, então ficou
preto e não me lembro de mais nada até acordar novamente. Estava a ser conduzido
ao longo de um corredor numa maca com médicos e enfermeiras à minha volta,
perguntei à enfermeira que estava à minha cabeça se eu podia chorar, ela disse,
“Claro querido, podes chorar”. Ficou tudo negro, não me lembro de nada até
acordar novamente.
Eu estava deitado de costas. Abri os meus
olhos e estava a olhar para o tecto. Era como o tecto da minha caserna. Pensei
que estava no meu quarto, na minha cama e então ouvi o som de uma máquina de
ventilação e tentei dizer, “Que raio?” e comecei a engasgar-me, uma enfermeira
colocou a sua face junto da minha e disse-me que eu tinha sido ferido e que
estava bem. Eles puxaram o tubo da ventilação para fora da minha garganta e eu
lembrei-me da minha experiência mas nunca contei nada. Senti-me como se tivesse
um conhecimento massivo, mas não conseguia lembrar-me do que tinha aprendido. Eu
sabia que tinha de me curar a mim próprio. Iria ficar deitado na cama e abrandar
o meu batimento cardíaco para que o coração e o pulmão pudessem sarar.
Passei cinco dias no hospital e falei com o
Brad no quinto dia. Contei-lhe a minha experiência e quando lhe disse que o vi
sentado lá a olhar para mim, o Brad disse-me que aquilo nunca tinha acontecido.
O Brad disse-me que eles estavam a trabalhar nele e que ele nunca se tinha
sentado e que eu tinha sido levado, ele disse, “tu morreste”. Rapidamente senti
que podia curar pessoas porque posso sentir a energia a vir das pessoas, sinto a
dor. Nunca contei a ninguém acerca disto até 1999. Aprendi acerca do reiki, por
isso é normal para mim. Mas tenho estado numa busca procurando por mim próprio e
acredito que as pessoas e o mundo em que eu estive mudaram e sinto que encontrei
quem sou na realidade, encontrei o meu espirito/alma e tenho muitas ideias
acerca do que somos e que existimos por todo o tempo.
Informação Anterior:
Sexo:
Мasculino
Data em que ocorreu a EQM: 01/11/1981
Na altura da sua experiência, houve algum acontecimento associado a uma
ameaça de vida? Sim Ataque
criminoso Duas vezes, cerca de três
meses antes. Fui alinhado para ser executado e foram disparados tiros de pólvora
seca. Uma missão militar em que pensei que iria morrer devido a estilhaços e/ou
ficar sem munições.
Elementos da EQM:
Como considera o conteúdo da sua experiência? Mista
Existem quaisquer drogas ou
medicamentos que poderiam
ter afetado a experiência? Sem resposta.
Foi a experiência fantasiosa em qualquer forma?
Não.
A experiência incluiu:
Experiência fora do corpo
Sentiu-se separado(a) do seu corpo? Sim
Uma sombra de forma translúcida, eu era energia, poder e força. Tinha braços e
pernas e era total mas como uma sombra.
Em que altura durante a experiência estava no seu mais elevado nível de
consciência e de alerta?
Após ter morrido eu estava calmo e muito alerta.
O tempo pareceu acelerar ou abrandar? Tudo
pareceu acontecer de uma só vez; ou o tempo parou ou perdeu todo o significado Eu sabia que estava num lugar que era diferente da terra.
Diferente das minhas percepções da vida física.
Sua audição diferia de qualquer
forma da normal?
Ouvi uma voz quando cheguei à fronteira.
Pareceu-lhe que tinha consciência de coisas que se passavam noutro lado? Nunca contei a nenhum pessoal médico acerca
do que vi e de como me sentia.
Passou por ou através de um túnel? Não
Encontrou ou teve consciência de algum ser falecido (ou vivo)? Sim Cinco deles, quatro á minha esquerda e acima de
mim e outro à minha direita e acima dos quatro.
A experiência incluiu:
Vazio
A experiência incluiu:
Escuridão
Viu uma luz não terrena? Não
Pareceu-lhe entrar num outro mundo não terreno? Um
reino claramente místico ou não terreno
A experiência incluiu:
Sabedoria ou propósito especial
Pareceu-lhe que de repente entendia tudo
Tudo acerca do universo Após ter voltado, posso ver
de uma forma diferente através dos meus olhos. O facto de não ser capaz de me
lembrar foi e ainda é perturbador para mim. Tenho tentado ao longo de vinte anos
lembrar-me e dar-lhe um sentido. Saber que eu sei e a sensação é avassaladora
mas não me ser capaz de lembrar é verdadeiramente frustrante.
Cenas do seu passado vieram até vocé?
Não que eu me lembre. Este é o problema deste questionário, muito aconteceu mas
não consigo escrever mas sei que aconteceu.
Cenas do seu futuro vieram até vocé? Cenas do futuro do mundo Sinto que tenho PES. Sinto
e sei coisas. Não que seja especial ou mágico mas porque as sinto. Sinto a dor
nas pessoas e posso apontar onde ela está no corpo e consigo curá-las na maior
parte dos casos. Elas têm de acreditar para que isso resulte, para que a nossa
energia possa fluir e arranjar o problema.
A experiência incluiu:
Fronteira ou ponto de não retorno
Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Sim A fronteira
foram os seres que me pararam abruptamente naquele vazio enquanto eu me movia
para a frente à velocidade da luz e num ângulo de 45 graus.
Chegou a um limite ou ponto de não retorno ou teve escolha de ficar lá ou
voltar para o seu corpo terreno? Cheguei
a uma barreira que não me foi permitida atravessar; ou fui enviado(a) de volta
contra a minha vontade
Os seres deixaram-me saber que eu estava a morrer e eu disse que não ia morrer.
Eu escolhi voltar.
Deus, Espiritual e Religião:
Qual era a sua religião antes da sua experiência?
Impreciso Católico Romano
Fui ordenado e dava missa todos os domingos a camaradas Marines e a
marinheiros.
Qual é atualmente a sua religião? Moderada Não acredito num
Deus que nos comande. Sinto que somos deuses.
Teve alguma alteração nos seus valores e crenças devido à sua experiência?
Sim
Deus. Não penso que um homem de manto mande em nós. Sinto que Jesus foi um
homem como eu, que teve uma EQM ou uma EFC. Ele sentia propósito e tentava lutar
contra a injustiça. Ele não era o filho de um Deus; era espirito tal como vocês
e eu. Apenas um homem que disse não, não estou pronto para morrer e voltou para
acabar o seu propósito.
A experiência incluiu:
Presença de seres não terrenos
No que se diz respeito às nossas vidas Terrenas que não
sejam a Religião:
Desde a sua EQM as mudanças na sua vida têm sido: Aumentaram
Após a sua experiência que mudanças de vida ocorreram na sua vida? É dificil de dizer. Sou quem sou e talvez aqui seja onde é suposto eu
estar. Devo seguir o rebanho e ser parte desta sociedade em que vivemos ou
levantar-me e perguntar porque é que se mata, mente e engana. Escolhi liderar e
acreditar em mim, não num Deus ou numa sociedade egoista ou em como é suposto eu
ser, eu sou quem eu sou e encontro-me na procura da verdade. Para mim Deus é a
nossa fonte de energia, ele necessita de nós como nós necessitamos dele, o
positivo e o negativo do ser.
As suas relações mudaram especificamente devido à sua experiência? Escolhi trabalhos perigosos. Fui policia durante cinco ou seis anos e
desisti porque eles eram corruptos, lutei contra eles e perdi. Tenho estragado
cada trabalho que tenho tido e quase todos os relacionamentos. Confiar é um
problema.
Após a EQM:
Experimentou uma mudança de emprego devido à sua experiência? Trabalho ou estudos
Experimentou uma mudança física devido à sua experiência? Efeitos físicos posteriores
Experimentou uma mudança psíquica devido à sua experiência?
Sensibilidade aumentada, capacidades de cura ou psiquicas
Experimentou uma mudança de sentimentos devido à sua experiência? Sentimentos acerca da familia, amigos ou
sociedade
Experimentou uma mudança no medo da morte devido à sua experiência?
Sentimentos acerca da morte
Experimentou uma mudança no seu propósito de vida devido à sua experiência?
Sentido de propósito de vida
A experiência foi difícil de expressar em palavras?
Sim
Lembrando apenas o que aconteceu na sua totalidade, muitas sensações de
conhecimento estão presas.
Após a sua experiência, tem algum dom psíquico, não-comum ou outro dom
especial que não tinha antes da experiência? Sim
Como disse acima, sinto que sempre tive esta capacidade
como todos têm, apenas temos de deixar os nossos sistemas de crença e estarmos
abertos ao que realmente somos. Somos energia e isso é um facto.
Há alguma, ou várias partes da sua experiência que são especialmente
importantes ou significativas para você?
Quando me foi dada aquela respiração foi o melhor, e sufocar até à morte foi o
pior.
Alguma vez compartilhou esta experiência com outros? Sim
Demorou muitos anos. Mantive isto para mim próprio
pensando que as pessoas iriam pensar que eu era doido.
Em algum momento da sua vida, algo alguma vez reproduziu qualquer parte da
experiência? Não
Há mais alguma coisa que gostaria de acrescentar acerca da sua experiência? Morri no dia 1 de novembro de 1981, apunhalado no meu coração e pulmão.
Sinto que somos energia e que os nossos corpos são apenas um veículo que esconde
quem e o que somos. Quando contido neste veiculo o nosso ser fica preso num
sistema que falha, somos incapazes de lembrar quem somos, o porquê de estarmos
aqui. O veículo é como um membro paralisado, quando pensamos através da nossa
mente a ligação à verdade é quebrada, não pode completar o caminho eléctrico
devido ao veículo, como um membro paralisado não se consegue mover devido ao
estrago do nervo, o caminho está quebrado. Sinto que sempre fomos e que sempre
seremos, não há Deus que favoreça qualquer veículo pelo que nenhum de nós é
especial. Alguns de nós reunimo-nos com o nosso espirito a quem eu chamo
infinito. Apenas não nos conseguimos lembrar do que sabemos. Sentimo-lo, sabemo-lo,
mas o veículo actua como um iman, positivo e negativo que mantém os dois
separados. Para aqueles que morreram precisam de encontrar outros que tenham
morrido e falar, pensar, e sentir e talvez tudo possa fazer sentido pois nós
sabemos a verdade.
Há mais alguma questão que possamos formular para o(a) ajudar a relatar a
sua experiência?
Fiz este questionário há cerca de sete anos atrás quando estava à procura da
verdade. Tinha começado a falar acerca da minha experiência e queria falar com
outros que tinham morrido para ver se eles se sentiam como eu. Esta é a minha
viagem seis ou sete anos mais tarde.
Descrição da Experiência 106:
Fui apunhalado no coração e pulmão numa luta com
quatro homens que tentavam matar-me. Eu estava a salvar um camarada Marine que
estava no meu pelotão. Em primeiro lugar a luta era dele. Ele fugiu e foi quatro
contra um. Esmaguei a cara de um homem com a minha testa e pontapeei outro na
garganta e têmporas, fazendo-o perder a consciência. Eu estava a lutar com os
dois restantes para trás e para a frente e um deles fugiu ficando apenas um. Eu
pensava para comigo, "Meu, estou cansado, ainda bem que ele fugiu". Ele voltou e
saltou para as minhas costas e apunhalou-me no peito. O choque da faca entrar na
minha artéria pulmonar e pulmão fez-nos virar pelo ar e eu aterrei sobre ele.
Comecei a a asfixiá-lo tentando matá-lo. Eu ainda não sabia que tinha sido
apunhalado. O primeiro em que eu estava a bater começou a pontapear-me na cabeça,
enquanto eu estava a asfixiar o seu amigo até à morte. Pensei que estava a
perder a consciência. Lembro-me de pensar, "Isto deve o que se deve sentir
quando se perde a consciência".
Coloquei a minha cabeça por trás da cabeça do tipo que
eu estava a asfixiar, para que me conseguisse proteger de mais ferimentos.
Comecei a empurrar com a minha cabeça e a puxar com o meu braço, tentando
partir-lhe o pescoço e esmagar-lhe a garganta. O tipo que estava a pontapear-me
na cabeça começou a pontapear-me de lado e no estômago.
Um homem de nome Brad, que estava na marinha, estava
num táxi a observar a luta porque o seu táxi tinha parado devido ao tráfego. A
rua e o passeio estavam apinhados com pessoas a observarem-me lutar pela vida. O
Brad estava no táxi e viu o homem a vir através da multidão com a faca. Ele
decidiu vir em minha ajuda. O Brad chegou até mim enquanto o tipo me estava a
pontapear de lado e no estômago. O Brad começou a lutar com o tipo que em estava
a pontapear, e assim que ele interviu a multidão agarrou-me e começou a afastar-me
do tipo que eu estava a matar. Eu estava a tentar fixar os olhos do tipo
enquanto eles me afastavam dele.
Eu estava agora de pé a ser agarrado por várias
pessoas enquanto o tipo que eu estava a asfixiar espumava pela boca e tinha um
olhar estranho vidrado enquanto olhava para mim. Quando olhei para baixo para
ele, vi a faca espetada no meu peito, e lembro-me de ficar arrebatado pela raiva,
gritei, "Deixem-me ir, fui apunhalado, deixem-me ir!" A multidão manteve-me
preso, o tipo que estava no chão avançou para mim, eu tentei libertar-me
daquelas pessoas mas não consegui. O tipo alcançou-me e agarrou a parte de trás
do meu pescoço com ambas as mãos. Pensei que ele iria arrancar-me a garganta; eu
tê-lo-ia feito. Estávamos a olhar um para o outro olhos nos olhos e lembro-me de
relaxar e aceitar a morte. No mesmo momento que eu relaxei, o tipo largou o meu
epscoço e tirou a faca do meu peito.
O sangue começou a jorrar cada vez que o meu coração
batia. Era um fluxo a sair e a cobrir o tipo com a faca. A multidão deixou-me e
empurrou-me contra o tipo da faca. Ele tentou apunhalar-me novamente. Como fui
empurrado para ele, de algum modo ele falhou. Quando voltou com a faca apunhalou
o Brad no estômago e correu para o passeio apinhado.
Comecei a correr atrás do tipo que me tinha apunhalado
e dei quatro passos, foi como se tivesse sido atingido por uma espingarda no
peito e tivesse corrido contra uma parede. Ao mesmo tempo, foi uma explosão. Eu
estava deitado de costas paralisado e de inicio, não sabia que não me conseguia
mover. Eu estava de costas olhando para a multidão em silêncio e a olharem para
baixo para mim. Eles olhavam e não faziam nada.
Fiquei lá deitado e conseguia ouvir-me a gritar, "não
consigo respirar, não consigo respirar!" eu dizia isto vezes sem conta, alto e
tão claro como o dia. Apenas não conseguia compreender porque é que nem uma
pessoa me ajudava a respirar. Atingiu-me, eu não consigo mover-me, eles não
conseguem ouvir-me, disse para mim próprio, "não vou morrer". E comecei a lutar
para me manter vivo. Foi horrivel. A pior forma de uma pessoa morrer é ficar
deitada sufocando, tentando respirar. Mas não conseguimos mover um músculo, não
conseguimos respirar. Eu estava tão cansado, exausto e recusava morrer.
Então apareceu uma face por cima da minha cara e pôs a
minha cabeça para trás. Era o Brad e ele enviou ar para os meus pulmões. Senti-me
como se tivesse tomado a maior respiração da minha vida, senti-me como se eu a
tivesse tomado. Lembro-me de pensar para mim próprio, "Ok amigo," referindo-me
ao Brad, "agora está nas tuas mãos". Apaguei nesse momento.
O que me lembro de seguida é do meu corpo, rijo como
uma tábua, deitado no passeio. Ninguém estava a respirar para mim e ninguém me
estava a tocar. Eu estava de pé, à minha cabeça, isto é os meus pés e tornozelos
estavam na cabeça do meu corpo e eu estava em pé, olhando para baixo para mim
próprio. Eu tinha a mesma foram mas era como uma sombra preta ou silhueta. Eu
não sabia que estava magoado. Não tinha dor ou pensamento. Eu apenas estava lá,
olhando para o meu corpo mas eu era uma sombra. Olhei para baixo para o meu
braço direito e cerrei a mão e senti um grande poder. Olhei para baixo para o
meu braço esquerdo cerrei a mão e senti um grande poder. Eu era tão forte e
poderoso; eu era energia.
Olhei para cima e estava a olhar para uma escuridão
através da qual eu conseguia ver, era completamente negro mas eu conseguia ver
através dela como uma infinidade de escuridão. Enquanto olhava para esta
escuridão pacifica e acolhedora, eu não pensava em nada – nem na minha familia,
em mim, nada.
Fui disparado num ângulo de 45 graus como um foguetão.
Viajava num ângulo de 45 graus à procura de algo. Eu sabia que estava à procura
de algo mas não sabia o quê. Não estava em pânico, nem tinha urgência em
encontrá-lo; apenas estava à procura daquilo. Apenas pensava numa e numa só
coisa, encontrar o que procurava. Não sei quanto tempo passou mas pareceu ser
bastante enquanto viajei através daquele espaço negro.
Senti a presença de seres. Não me consigo lembrar quem
eles eram, mas eles não me deixavam encontrar aquilo que eu procurava. Então
ouvi uma voz. Os quatro seres estavam do meu lado esquerdo acima de mim na
escuridão e a voz era uma voz masculina estava acima de mim à minha direita. Ele
disse, "ele não vai safar-se". Nesse momento relacionei a frase dita ao facto de
eu estar a morrer.
Lembrei-me que naquele momento estava ferido e a
morrer. Quando esta lembrança ocorreu, naquele instante senti os meus olhos a
rodarem para a minha cabeça como uma persiana num desenho animado. (Era como o
sentia) senti-me a voltar a mim próprio através dos meus olhos, e então estava
de volta. Estava na ambulância. Brad estava sentado com as suas mãos nos seus
joelhos a olhar para mim. Um paramédico tinha uma garrafa de soro e segurava-a
no ar. Ele estava a olhar para mim, por isso eu acenei a ambos com as minhas
mãos e disse, "F---, eu não vou morrer". Desmaiei naquele momento.
O que me lembro de seguida é de estar a ser conduzido
através de um corredor, numa maca, muito rapidamente com enfermeiras a toda a
volta a empurrarem. Olhei para uma enfermeira e perguntei-lhe se podia chorar e
ela disse que eu podia. Apaguei. O que me lembro de seguida é o som de tubos na
minha garganta e de eu tentar dizer, "que raio". E comecei a engasgar-me. Uma
enfermeira colocou a sua cara junto à minha, explicou-me o que me tinha
acontecido, e disse-me que eu estava na UCI do centro médico de Queens.
Durante os meus cinco dias no hospital, após a
cirurgia ao coração, sinto que me curei a mim próprio com algum do conhecimento
que trouxe de volta, mas não me consigo lembrar. Fiquei no hospital e recusei
qualquer medicação e mentalmente abrandei o meu ritmo cardíaco, e coisas assim.
Após a minha alta falei com o Brad e ele disse que
tinha sido intervencionado e que nunca se nunca se sentou e que eu nunca disse
nada ou fiz algo na ambulância.
Uma outra nota: tenho lutado durante muitos anos, para
cumprir o meu propósito na vida, tentando descobri-lo, com medo de o completar
porque sinto que irei morrer assim que o fizer. Salvei uma idosa fazendo-lhe
manobras de reanimação. Enquanto corria para a salvar, eu sabia que iria morrer
assim que a salvasse. Era no que eu pensava enquanto lhe fazia as manobras de
reanimação. Andei cerca de três semanas à espera que o céu me caísse em cima.
Então saltie para uma piscina com uma cobertura de
protecção solar e nadei debaixo de água até ao lugar mais fundo e ia empurrar a
cobertura para cima, enquanto expirava todo o ar nos meus pulmões mas a
cobertura permaneceu em cima da água e eu fiquei preso na parte mais funda da
piscina sem ar e comecei a afogar-me mas acalmei-me e nadei até à borda e
percebi que ainda não tinha cumprido o meu propósito.
Informação Anterior:
Sexo: Masculino
Data em que ocorreu a EQM: 01/11/1981
Na altura da sua experiência, houve algum acontecimento associado a uma ameaça de vida? Sim Ataque criminoso Fui apunhalado no coração e no pulmão
Elementos da EQM:
Como considera o conteúdo da sua experiência? Confuso
Existem quaisquer drogas ou medicamentos que poderiam ter afetado a experiência? Sim Tinha estado a beber naquela altura.
Foi a experiência fantasiosa em qualquer forma? Foi muito real para mim, o poder e energia não foram nada parecidos a um sonho.
Sentiu-se separado(a) do seu corpo? Sim Uma sombra negra translúcida, a mesma forma que eu mas eu era energia.
Em que altura durante a experiência estava no seu mais elevado nível de consciência e de alerta? Muito bom, mas eles impediram-me de me lembrar.
O tempo pareceu acelerar ou abrandar? Tudo pareceu acontecer de uma só vez; ou o tempo parou ou perdeu todo o significado Não percebo a questão.
Sua audição diferia de qualquer forma da normal? Lembro-me da uma voz, uma voz masculina disse, "ele não se vai safar". Eu estava zangado porque me lembrei que estava ferido e a morrer, mas eu não ia morrer.
Pareceu-lhe que tinha consciência de coisas que se passavam noutro lado? Um paramédico disse, "Ele tem um sugador", através do rádio e o atendente disse, "Liga-o".
Passou por ou através de um túnel? Não
Encontrou ou teve consciência de algum ser falecido (ou vivo)? Sim Eram quatro seres à minha esquerda acima de mim. Não consigo me lembrar de quem eles eram. Eles não me deixavam encontrar o que eu estava à procura.
Viu uma luz não terrena? Não
Pareceu-lhe entrar num outro mundo não terreno? Um reino claramente místico ou não terreno
Que emoções sentiu durante a experiência? Paz, calma, força/poder/raiva
Pareceu-lhe que de repente entendia tudo Tudo acerca do universo Arrebatado com tudo. Ainda estou obcecado com aquilo.
Cenas do seu passado vieram até vocé? Não me consigo lembrar.
Cenas do seu futuro vieram até vocé? Cenas do futuro do mundo Tenho PES, parece loucura mas sei coisas e tenho uma corrente eléctrica através do meu corpo que vai para as minhas mãos. Como policia, tinha um inacreditável sexto sentido. Espero que vocês tenham corrector ortográfico?
Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Sim Eu não sabia do que estava à procura, mas quando a voz e os seres me pararam, acho que estava numa espécie de fronteira.
Chegou a um limite ou ponto de não retorno ou teve escolha de ficar lá ou voltar para o seu corpo terreno? Cheguei a uma barreira que não me foi permitida atravessar; ou fui enviado(a) de volta contra a minha vontade Era minha. Eu não ia morrer. A voz lembrou-me que eu estava ferido e a morrer e deixou-me lutar para continuar vivo.
Deus, Espiritual e Religião:
Qual era a sua religião antes da sua experiência? Eu era católico e ordenado como pastor de eucaristia enquanto estava em missão.
Teve alguma alteração nos seus valores e crenças devido à sua experiência? Sim Tenho me movido para niveis mais elevados de compreensão.
No que se diz respeito às nossas vidas Terrenas que não sejam a Religião:
Desde a sua EQM as mudanças na sua vida têm sido: Aumentaram
Após a sua experiência que mudanças de vida ocorreram na sua vida? Há vida após a morte, as pessoas tentam matar e nunca pensam nas pessoas que amam os outros.
As suas relações mudaram especificamente devido à sua experiência? Fui casado durante dezasseis anos, acabei de me divorciar em outubro passado. Ela disse que era eu e muito tinha a ver com o meu trabalho como policia, pintor de pontes, pintor de subestações energéticas, as minhas obsessões em tudo o que fazia. Tenho levado tudo ao extremo, perigosamente ao extremo.
Após a EQM:
A experiência foi difícil de expressar em palavras? Sim A forma como me senti. Ainda sinto que tenho de me lembrar do que não consigo me lembrar. Foi-me dado conhecimento.
Após a sua experiência, tem algum dom psíquico, não-comum ou outro dom especial que não tinha antes da experiência? Corrente eléctrica através do meu corpo que eu não percebo. Um sexto sentido que sei coisas. Por vezes as coisas abrandam em câmara lenta. Isto aconteceu quando olhei para pessoas, eles eram maus tipos enguanto eu era policia. Apenas os escolhia na multidão.
Há alguma, ou várias partes da sua experiência que são especialmente importantes ou significativas para você? Sufocar foi o pior. O Brad respirar para mim foi o melhor.
Alguma vez compartilhou esta experiência com outros? Sim Tenho contado a algumas pessoas, talvez dez na minha vida, elas pensam que sabem mais que eu acerca de onde eu estive. Algumas dizem que eu fui para o inferno, algumas não dizem nada. Eu digo que elas não sabem nada, eu não estive no inferno, eu transformei-me em energia. Não encaixa na religião das outras pessoas.
Em algum momento da sua vida, algo alguma vez reproduziu qualquer parte da experiência? Não
Há mais alguma coisa que gostaria de acrescentar acerca da sua experiência? Muitas coisas, eu quero lembrar-me do que aprendi e do que sei.
Há mais alguma questão que possamos formular para o(a) ajudar a relatar a sua experiência? Sonhar? Tenho sonhos recorrentes e raramente sonho, isto é não me lembro deles. Ir dormir à noite, luto com isto. Somos pessoas diurnas ou nocturnas? Morreriam por alguém que não conhecem? Eu morreria. Sinto que temos muitos assuntos e a falta de oxigénio nos nossos cérebros pode mudar-nos, ou o choque de tudo aquilo, mas acredito que é verdade e é a minha realidade.