A EQM de S
|
Descrição da Experiência:
Eu estava a fazer um trabalho veterinário em um cavalo quando o animal
empinou-se e atingiu-me com o seu casco dianteiro na cabeça, no rosto e no
braço, em uma atitude defensiva. Fraturei diversos ossos faciais, sofri
deslocamento da retina e fraturei o osso rádio do antebraço. Permaneci
inconsciente por um breve período. A minha experiência durante esse intervalo
pareceu, entretanto, durar muito mais “tempo”, se considerada sob esta dimensão
estritamente física.
Vi-me subitamente em uma posição acima do meu corpo, olhando abaixo a cena inteira. Conseguia ver coisas que estavam do lado de fora do estábulo, mesmo que isso fosse impossível pois a minha visão era a do local onde o meu corpo jazia. Era como olhar abaixo pela perspectiva de uma câmara fotográfica acionada para obter uma visão ampliada de uma imagem. Percebi que havia dois (provavelmente três) “seres” junto a mim, um de cada lado. Eles se comunicavam comigo de modo direto, telepático, colocando as suas mensagens diretamente em minha consciência, sem palavras e em “tempo” mínimo. Sabia que, de alguma forma, estava alijado das “leis” e das maneiras usuais de processar experiência. Embora não sentisse que fosse especificamente um exame de vida, foram-me apresentados, por meio de compreensão – não imagens ou filmes -, muitos aspectos significativos de minha vida. Os aspectos bons e os ruins. Todos focados naquilo que fiz, no modo como me comportei. Lembro-me da ausência quase palpável de todo o temor. Fizeram ver-me que este temor está no cerne de muitas de nossas pobres escolhas. E que não há nada a temer. Senti compaixão por mim próprio de um modo que nunca imaginara possível. Uma espécie de amor que nunca conhecera. Empatia, simpatia por tudo que vivera e uma nova determinação de permitir-me viver como pudesse, devesse e tivesse que. Soube que possuía um objetivo claro e esse objetivo me foi mostrado para que eu compreendesse que era um ser necessário. Não senti nenhuma dor. Não estava certo de que possuía um corpo ou se os meus guias igualmente não possuíam, isso não importava. Eu estava em contato com toda a informação, a total compreensão de tudo. Mas eu me fixei somente na importância do meu objetivo de vida. Eu vi o futuro (não se lembre dele) e, até mesmo, a difícil recuperação do acidente mas soube que iria superar isso, pois era tudo o que importava para desenvolver o que me estava destinado. E que eu só poderia servir a este propósito se perdesse os meus medos de rejeição, de não ser aceito pelas posições assumidas, de outras pessoas deterem o controle das coisas (apenas nós fazemos), etc. E, então, poderia atuar guiado por puro amor - sem complicações ou compromissos. Uma vez “compreendido tudo isto”, encontrei-me de volta em meu corpo sentindo uma terrível dor. Obtive igualmente o conhecimento de que estes guias estão presentes sempre que necessários. Eles são os provedores supremos.
Fez uso de medicamentos ou substâncias com potencial para afetar a experiência? Não.
Foi difícil expressar a experiência em palavras? Sim. Difícil de processá-la no todo. A sensação de que ninguém poderia realmente compreender a menos que tivesse pessoalmente passado por isto.
Na época da experiência, houve uma ocorrência associada a risco de vida? Sim. Lesão traumática da cabeça e do corpo.
Qual era o seu nível de consciência e alerta durante a experiência? Fisicamente inconsciente, entretanto mais alerta/consciente do que jamais experimentara, antes ou desde então. Tal como uma janela que foi limpa sem se saber que estava suja até que se nota a diferença.
A experiência assemelhou-se, de alguma forma, a um sonho? De modo algum.
Vivenciou uma separação corpo-mente? Sim.
Descreva a sua aparência ou forma quando separada do seu corpo: Não notei mas pareceu-me saber que era diferente; não me importei com isso. Não importava. Parecia natural e familiar.
Que emoções sentiu durante a experiência? Amor puro. Empatia.
Ouviu sons ou ruídos incomuns? Não
Entrou ou atravessou algum túnel ou compartimento fechado? Não.
Você viu uma luz? Não.
Encontrou ou viu outros seres? Sim. Eles se colocaram a meu lado. Sim, senti como se os conhecesse desde sempre, senti-me unido a eles de um modo profundo. Compreensão, amor, um sentido de singularidade em meu ser e em meu objetivo. O que eu tinha de fazer: não deixar o medo arrastar-se em minha vida para que não viesse a interferir com a minha conduta baseada em amor puro e com as realizações a cumprir.
Você reviu acontecimentos passados de sua vida? Sim. Não uma revisão em sentido literal mas um exame de sentimentos, bons e ruins. Sim, sobre como o medo está no centro dos nossos erros. Sim, eu posso distinguir melhor quando o medo mal começa a se instalar. Faço um “auto exame” e, algumas vezes, tomo decisões difíceis de modo a permanecer fiel ao meu ser verdadeiro e agir com honestidade e amor, mesmo quando isso causa problemas.
Durante a sua experiência, observou ou ouviu qualquer coisa associada a pessoas ou eventos que foi posteriormente verificada? Sim. Pude observar como a estrutura do prédio foi montada, a qual não se pode notar sem grande esforço em uma posição muito abaixo. Eu voltei lá muito depois e verifiquei que isso era verdadeiro.
Viu ou visitou belos ou especiais lugares, níveis ou dimensões? Não estou certo. Não em termos de espaço, entretanto este amor puro permeia tudo de tal maneira que parece constituir o seu próprio nível ou dimensão.
Você sentiu uma alteração de espaço e tempo? Sim.
De nenhum outro modo poderia ter recebido esta quantidade de informação no período de tempo experimentado pelo meu corpo. Senti-me de algum modo “dilatado”, mas não posso realmente explicar isto em palavras.
Teve a sensação de possuir um conhecimento especial, de ordem e/ou objetivo universal? Sim. Sobre o medo e sobre o fato de cada um de nós possuir um objetivo tão vital quanto o dos outros; não existem vidas "pequenas ou insignificantes", todos estamos conectados. Tal como desempenhar um pequeno papel em uma peça; talvez não seja tão marcante como o papel principal mas a peça em seu conjunto necessita de cada um dos atores para executar os seus papéis específicos e igualmente decisivos.
Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Não.
Tomou conhecimento de eventos futuros? Sim. Descreva: Não consigo lembrar-me de detalhes mas quando algo ocorre hoje em dia – especialmente ao encontrar determinadas pessoas – tenho a sensação de que isto faz parte das coisas que vi.
Participou ou teve consciência de uma decisão de retornar ao corpo? Sim. Sim, a decisão de que simplesmente tinha um propósito renovado e uma obrigação a cumprir que me está destinada, e desenvolvê-la.
Passou a ter quaisquer dons psíquicos, paranormais ou outros especiais a seguir à experiência que não tinha antes? Sim. Sensação elétrica, semelhante a uma vibração de baixa intensidade, quando trabalho com pacientes e, igualmente, quando interajo com pessoas. É difícil para alguém passar-me uma imagem falsa, posso distinguir " pessoas boas e amorosas de pessoas ruins, fundamentadas no medo” prontas a causar danos. Tenho alguma precognição no âmbito dos sentimentos, mas não quanto a detalhes específicos de acontecimentos.
Suas atitudes e crenças foram alteradas após a experiência? Sim. Sim, o de possuir este sentido de unidade. De propósito muito superior ao aqui e agora. Identidade espiritual. Sinto-me como um ser espiritual que está em uma missão humana.
A experiência afetou os seus relacionamentos? Vida cotidiana? Práticas religiosas, etc.? Escolhas profissionais? Eu percebo as pessoas. Eu ajudo sempre que posso. Mesmo que isso signifique apenas dizer a estranhos que são amáveis. Sou mais compreensivo em minhas relações humanas. Sei que todos possuímos nossas missões e todos nos esforçamos e, assim, posso mais facilmente ignorar ações ofensivas pois sei que pessoas que assim agem não estão unidas ao amor e estão “perdidas” e agem com o que resta, o medo.
Você compartilhou esta experiência com outras pessoas? Sim. Sim, com muito cuidado. Ninguém em minha família sabe disto. Assim, eu tendo a falar com aquelas poucas pessoas que parecem estar prontas a ouvir isto. Eles me dizem que passam a ver pequenos eventos em suas vidas de um modo diferente – perda de entes queridos, brigas, etc.
Que emoções vivenciou após a sua experiência? Todas.
O que foi o melhor e o pior em sua experiência? Receber em meu ser este “alarme para despertar”. Encontrar segurança através do conhecimento destas coisas.
Há algo mais que desejaria acrescentar referente à experiência? Não
A sua vida mudou especificamente por conta da sua experiência? Sim. Eu criei uma organização sem fins lucrativos para ajudar a mudar o sistema de saúde veterinário. Muito mais responsabilidade – sem desculpas. Nenhum olhar de espera pela aprovação de outros. Trabalhar apenas para preencher o meu caminho com um propósito honesto.
Após a experiência, surgiram outros eventos em sua vida ou fez uso de medicamentos ou substâncias que reproduziram alguma parte de sua experiência? Não.
As perguntas formuladas e as informações que forneceu descrevem a sua experiência de forma precisa e abrangente? Sim.